Sou mulher, preta e de alma livre
Como poderia ganhar?
Não luto por mim, luto por todas,
por outros tantos que se quer nasceram
Essa dor não nasceu comigo,
vem de cicatrizes antigas
Minha avó, minha bisa e tantas outras Marias, Dandaras, Déboras e Mahins.
Quero ser inteira e não pela metade,
Não é que eu não me importe
O meu desejo mais íntimo é de ver florescer um novo amanhã
Mas diante da sua impossibilidade
Eu suporto a dor da derrota
Coloco-me ao lado daqueles que perdem a batalha e ganham a vida
É que mesmo sabendo que essa batalha já nasce perdida
Detestaria estar do outro lado.
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